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Projeto contemplado pelo ProAc - Programa de Ação Cultural do Governo do Estado de São Paulo - primeiras obras de dança  (2017).

Sem luz

premiações

 

 

2018 | 40min

estreia na oficina cultural oswald de andrade

/

em parceria com o

Teatro do fim do mundo

sobre

Dois corpos perdidos habitam um teatro. Sem chão, eles precisam descobrir o que aconteceu a eles e ao mundo lá fora, o que causou a escuridão em que se veem mergulhados. E, contudo, eles não conseguem ver nem ouvir nada. Como se mover? Aos poucos, surge a suspeita de que toda a terra ao redor esteja destruída, talvez devido a uma enorme catástrofe. E eles, serão também espectros? E para quem eles falam, se todos os outros seres humanos morreram? Esses corpos, porém, não são os dos performers, mas sim de extensos bastões de cobre manipulados pelos performers que estão no escuro. Esses corpos-objetos parecem ao mesmo tempo buscar algum tipo de composição geométrica e alcançar algo que não se vê, como o som, mas também como a radiação. Varas, antenas, móbiles, galhos são algumas das imagens que se abrem e que substituem o corpo dos intérpretes como material a ser visto em cena.

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créditos: Mayra Azzi

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ficha

Concepção

Artur Kon

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Direção e performance

Artur Kon

Renan Marcondes

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Direção de movimento

Carolina Callegaro

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Trilha original

Sergio Abdalla

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Provocação

Andreia Yonashiro

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Figurino

Renatto Souza

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Produção

Mariana Otero

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Assessoria de imprensa

Vanessa Fontes

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pesquisa

Pouco conhecida no Brasil, Elfriede Jelinek é uma das mais importantes dramaturgas da atualidade. Artur, que estuda a autora austríaca em seu doutorado, já participou como ator e dramaturgista de duas montagens teatrais de Jelinek, Peça Esporte (2015) e
Dramas de Princesas (2016), mas queria experimentar novas linguagens com essa dramaturgia pouco convencional que foi disparadora para a criação de SEM LUZ. Ele levou a ideia aos artistas que compõe o projeto e deu início à fase de criação.

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Partimos de uma recusa da atividade positiva do corpo como centro inquestionável da dança, buscando antes um limiar entre vida e morte, movimento e paralisia, corporalidade e espectralidade”, explica o diretor e intérprete Renan Marcondes. “Queríamos que de
algum modo o corpo fosse desaparecendo em meio ao cenário, de modo que o próprio espaço se tornasse mais visível. O corpo é movido por alguma coisa, uma radiação que está no ar, e que ele capta, que penetra nele e num limite o desfaz”.


Essa proposta gera uma montagem em que o protagonismo não é dos performers e, sim, de extensos bastões de cobre manipulados pelos artistas em cena. “Nos interessa muito o movimento desses objetos que não conseguimos controlar, a sonoridade e imagens que
são criadas por eles no ambiente onde se dá a cena”, explica Artur. “A ideia de ‘fim de mundo’, que está na peça bem como no nome do coletivo, nos faz pensar que esse mundo é (ainda) algo vivo, que os objetos que o habitam podem resistir à nossa ação sobre eles, ação essa que parece cada dia mais nos levar à beira do colapso”.


O texto de Eldriede Jelinek também aparece, sem contudo ser enunciado teatralmente, mas ajudando a criar as imagens desse mundo após uma grande catástrofe. O cenário e figurinos completamente cinzas, dialogando com uma luz completamente branca e a trilha sonora composta de fragmentos do texto completam os elementos da montagem.

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